12 de junho de 2012

Tranquilidade...

Sentimentos de leveza desfrutados no vento,
Brisa suave que me toca no rosto.
Pairar fluido no voo de uma gaivota,
Quebrando a luz de um belo pôr do sol.

Ondas que se enrolam no imenso mar,
Espuma branca arrastada na areia.
Fiel testemunha densa e compacta,
Rochedo corroído beijado pelo sol.

Melodia arrepiante marcada no peito,
Saudade causada de modo intemporal.
Rasto quente que me seduz lentamente,
A colocar a natureza e o homem em plena fusão.

15 de julho de 2011

Poeta imortal

Brilhante nuvem que surge,
Num pensamento esquecido.
Cândida inspiração precoce,
Que me fecha instantaneamente no meu mundo.

Leve inspiração perdida,
Entre realidade e aventura.
Jovens desejos imaturos,
Mas existentes na idade madura.

Por vezes forte com vontade de nascer,
Outras vezes fraco prestes a expirar.
Hoje ganha vida e deixa-se fluir,
Amanhã prende-se no mundo sem vontade de emergir.

O gosto... existe eternamente.
Mas cada alma tem o seu tempo!
Recolha perfeita, complexa junção,
Ligação maciça entre caneta e papel.

Esperar nem sempre é o desespero do homem.
Escuridão não significa extinção da luz.
Caixa fechada repleta de emoções,
É o tempo necessário para o ser de um poeta.

28 de abril de 2011

Pensamento

Vagueio na cor luminosa do momento.
Momento quente...límpido...leve...
Por instantes leva-me para o irreal da vida,
Irrealidade presente na luz do toque.

Toque que um gesto quente estremece os sentidos,
Suor vivo que deixa rasto na pele.
Gota preciosa cheia de força,
Energia perfeita retida no ser.

De forma súbita floresce o frio do medo,
Belo medo de um futuro incerto.
Com ele arrasta o ciclo da vida,
Como o nascer de um belo floco de neve.

6 de setembro de 2010

Quem és tu?

Tu... quem és?
Quem és quando me escondes o ser e me refugias no nada?
Quem és quando me apertas a alma com as minhas próprias mãos?
Quem és quando me dás a escuridão com a beleza do brilho?
Quem és quando me fechas os olhos em frente à razão?

Quem és quando me cravas ao chão quando quero fugir?
Quem és quando minhas mãos ganham vida de forma involuntária?
Quem és quando fechas a minha mente mesmo estando liberta?
Quem és quando me puxas suavemente com a força da natureza?

Quem és quando apresentas a verdade mesmo enganando-me?
Quem és quando o teu rasto saudável me corrói os ossos?
Quem és quando transformas o que é podre em anêlo para os olhos?
Quem és quando me dás veneno com o sabor do néctar?

Quem és quando te deixas levar por aquilo que condenas?
Quem és quando és frágil mesmo parecendo ser forte?
Quem és quando travas uma luta perdida no teu próprio pé?
Quem és quando pensas ser diferente mas vives na igualdade?

Sim, quem és?... Quem és tu?...

13 de junho de 2010

Nas linhas da vida

A vida é um mistério,
com imagens para desvendar.
O mundo é um labirinto,
cheio de caminhos para trilhar.

Caminhos incertos... turbulentos... escorregadios,
Trilhos inseguros que nos fogem dos pés.

Pairo sobre o nada perdida no tempo,
A deslizar sobre a brisa viajo para longe.
Tele-transporto-me para um lugar longínquo,
Mundo à parte nunca outrora visto. 

Entro no meu corpo e alojo-me dentro da minha mente.
Cerro os meus olhos e escondo-me no escuro.
Descubro a magia envolvida nos sonhos,
e deixo-me levar de forma permanente.

Dentro de mim tudo é diferente...
É um mundo pintado alheio a tudo e a todos.
É um lugar tranquilo onde posso respirar!
É um suspiro profundo que me sustenta no tempo.

Mundo invisível que só eu encontro,
Gruta aconchegante onde me refugio.
Lugar terno que me acolhe na tempestade,
Ponto de encontro quando me escapo da vida.

21 de abril de 2010

Melodia da vida

Pára... escuta...
Consegues ouvir?
O som está em todo lado!
No vento... na água... na luz...
A melodia está ao nosso redor.

A vida pode ter vários tons.
O olhar suave de uma harpa,
Ou o choro constante de um violino.
A tranquilidade de um pau de chuva,
Ou a fúria contagiante de uma guitarra eléctrica.

Sim, a vida tem vários ritmos.
Musicalidade interiorizada no ser,
Tons que condicionam o nosso espírito.
Música que dá vida à dança dos sonhos,
Sonhos perdidos na pauta do nosso futuro.

Notas aprendidas com a experiência da memória,
outrora apagadas nas marcas do tempo.
Composição reescrita na esperança do futuro,
papel desenhado com vivências desejadas.

Mas o que fazer?
A vida tem o seu próprio compasso...
Não me quero cingir ás ordens do seu maestro!

Simplesmente quero mudar...
mudar a música que a vida toca.
Criar o meu próprio esboço,
E voar ao som de uma música que nunca encontrei...

13 de abril de 2010

Sentimento abundante

Vagueio no meio de lembranças...
Lembranças retidas na mente que envolvem o espírito.
O pensamento vagueia até aquele momento,
Momento de plena alegria, plena realização.

Encaixe perfeito como puzzle completo,
Retrato afixado no quadro da vida.
Fusão de energias no cruzar de um olhar
Batida forte de um coração calmo.

Forte, quente, incontrolável...
Sentimento que pula e que não posso conter!
Fico sem rumo esquecendo o meu próprio pé,
Quero fechar os olhos e esquecer o entardecer.

Maldito vento que me traz o correr do relógio!
Pára com o tic-tac que me fere de saudade...

Cravada no íntimo estou!
Levitando no tempo desejo voltar.
Voltar a provar esse néctar dos anjos,
Que tanto desejo e me mantém viva.

Oh poderosa força que me prende num abraço,
Desenha a minha morada no teu Olimpo Luminoso!