6 de setembro de 2010

Quem és tu?

Tu... quem és?
Quem és quando me escondes o ser e me refugias no nada?
Quem és quando me apertas a alma com as minhas próprias mãos?
Quem és quando me dás a escuridão com a beleza do brilho?
Quem és quando me fechas os olhos em frente à razão?

Quem és quando me cravas ao chão quando quero fugir?
Quem és quando minhas mãos ganham vida de forma involuntária?
Quem és quando fechas a minha mente mesmo estando liberta?
Quem és quando me puxas suavemente com a força da natureza?

Quem és quando apresentas a verdade mesmo enganando-me?
Quem és quando o teu rasto saudável me corrói os ossos?
Quem és quando transformas o que é podre em anêlo para os olhos?
Quem és quando me dás veneno com o sabor do néctar?

Quem és quando te deixas levar por aquilo que condenas?
Quem és quando és frágil mesmo parecendo ser forte?
Quem és quando travas uma luta perdida no teu próprio pé?
Quem és quando pensas ser diferente mas vives na igualdade?

Sim, quem és?... Quem és tu?...

13 de junho de 2010

Nas linhas da vida

A vida é um mistério,
com imagens para desvendar.
O mundo é um labirinto,
cheio de caminhos para trilhar.

Caminhos incertos... turbulentos... escorregadios,
Trilhos inseguros que nos fogem dos pés.

Pairo sobre o nada perdida no tempo,
A deslizar sobre a brisa viajo para longe.
Tele-transporto-me para um lugar longínquo,
Mundo à parte nunca outrora visto. 

Entro no meu corpo e alojo-me dentro da minha mente.
Cerro os meus olhos e escondo-me no escuro.
Descubro a magia envolvida nos sonhos,
e deixo-me levar de forma permanente.

Dentro de mim tudo é diferente...
É um mundo pintado alheio a tudo e a todos.
É um lugar tranquilo onde posso respirar!
É um suspiro profundo que me sustenta no tempo.

Mundo invisível que só eu encontro,
Gruta aconchegante onde me refugio.
Lugar terno que me acolhe na tempestade,
Ponto de encontro quando me escapo da vida.

21 de abril de 2010

Melodia da vida

Pára... escuta...
Consegues ouvir?
O som está em todo lado!
No vento... na água... na luz...
A melodia está ao nosso redor.

A vida pode ter vários tons.
O olhar suave de uma harpa,
Ou o choro constante de um violino.
A tranquilidade de um pau de chuva,
Ou a fúria contagiante de uma guitarra eléctrica.

Sim, a vida tem vários ritmos.
Musicalidade interiorizada no ser,
Tons que condicionam o nosso espírito.
Música que dá vida à dança dos sonhos,
Sonhos perdidos na pauta do nosso futuro.

Notas aprendidas com a experiência da memória,
outrora apagadas nas marcas do tempo.
Composição reescrita na esperança do futuro,
papel desenhado com vivências desejadas.

Mas o que fazer?
A vida tem o seu próprio compasso...
Não me quero cingir ás ordens do seu maestro!

Simplesmente quero mudar...
mudar a música que a vida toca.
Criar o meu próprio esboço,
E voar ao som de uma música que nunca encontrei...

13 de abril de 2010

Sentimento abundante

Vagueio no meio de lembranças...
Lembranças retidas na mente que envolvem o espírito.
O pensamento vagueia até aquele momento,
Momento de plena alegria, plena realização.

Encaixe perfeito como puzzle completo,
Retrato afixado no quadro da vida.
Fusão de energias no cruzar de um olhar
Batida forte de um coração calmo.

Forte, quente, incontrolável...
Sentimento que pula e que não posso conter!
Fico sem rumo esquecendo o meu próprio pé,
Quero fechar os olhos e esquecer o entardecer.

Maldito vento que me traz o correr do relógio!
Pára com o tic-tac que me fere de saudade...

Cravada no íntimo estou!
Levitando no tempo desejo voltar.
Voltar a provar esse néctar dos anjos,
Que tanto desejo e me mantém viva.

Oh poderosa força que me prende num abraço,
Desenha a minha morada no teu Olimpo Luminoso!

23 de março de 2010

Finalmente liberta

Liberdade...
Ânsia profunda que nos invade o espírito,
Desejo inato que direcciona o nosso olhar
Brilho incandescente ou doce tortura?
Pensamento permanente, difícil de alcançar.

Mistura louca de sentimentos!!
Ao longo dos séculos, nunca entendida...

Se estou liberta, fui outrora presa,
presa por um desejo carimbado na alma.
Tinta permanente que traça o caminho,
Risco duplo, visível no olhar.

Chama ardente como o pôr do sol,
Vazio que dá lugar à descoberta.
Brilho quente instalado no ser.

Liberta, sim estou!
Como lagarta em plena metamorfose,
Ganho asas e viro borboleta.

Sigo as pegadas que se instalam nas nossas vidas,
E nem a dor da saudade,
Nem o vento da distância,
As poderão apagar!

20 de março de 2010

Pluma

Pluma leve e suave
Esvoaçante na brisa do vento,
Viaja por mundos de encanto
Deixando o seu rasto reluzente.

Paira, voa, envolve-te no manto das nuvens
Traça o teu caminho nas linhas do horizonte.

Mergulha no sol, qual caneta na tinta
Traça o meu sonho, nas páginas do teu mundo.
Funde-te com a brisa e liberta o teu conhecimento,
Solta o meu olhar e o meu pensamento.

Oh pluma suave como nuvens de lã!
Percorre o meu ser e leva-me cativa…
Enlaça-me nas ondas da formação do teu corpo
Junto ao teu rasto, ancorada na luz.

Prende-me no teu encanto,
Porque conquistada já eu estou!